A serotonina é um neurotransmissor produzido no tronco encefálico, no
núcleo da rafe, e desempenha papel em muitas partes do organismo.
Embora, todas as suas áreas de atuação ainda estejam sendo descobertas
pela neurociência, estudos já apontam alguns lugares onde esse
neurotransmissor age.
Os níveis de serotonina determinam se a pessoa está deprimida,
propensa à violência, irritada, impulsiva ou gulosa. Ela é responsável
por melhorar o humor, causando uma sensação de bem-estar. Assim como a
serotonina pode elevar o humor e produzir uma sensação de bem-estar, sua
falta no cérebro ou anormalidades em seu metabolismo tem sido
relacionada a condições neuropsíquicas bastante sérias, tais como o Mal
de Parkinson, distonia neuromuscular, Mal de Huntington, tremor
familiar, síndrome das pernas inquietas, problemas com o sono, etc.
Serotonina
A Serotonina é um composto orgânico encontrado primeiramente no
sangue. Em 1948 a serotonina foi parcialmente purificada, cristalizada e
nomeada. Mais tarde descobriu-se que a serotonina é amplamente
encontrada em toda natureza, assim como em outras partes do corpo além
do sangue.
Problemas psiquiátricos, tais como depressão, ansiedade,
agressividade, comportamento compulsivo, problemas afetivos, dentre
outros, também têm sido associados ao mau funcionamento do sistema
serotoninérgico. A pessoa com taxas normais de serotonina atinge mais
facilmente a saciedade e consegue maior controle sobre a ingestão de
açúcares [BLUNDELL, 1984; BALLONE, 2008].
Medicamentos que aumentam a taxa de serotonina são cada vez mais
utilizados para emagrecer. A sibutramina e a fluoxetina, medicamentos
antidepressivos, costumam proporcionar maior controle sobre o apetite,
especialmente para doces. É o nutriente denominado triptofano que atua
na produção da serotonina no organismo. São fontes de nutriente os
alimentos ricos em proteínas, como carne bovina e de peru, peixe, leite e
seus derivados, amendoim, tâmara, banana etc. [vide quadro abaixo], um
nutriente que ajuda a combater os efeitos da falta de serotonina.
É necessário entender que todos os alimentos ingeridos em excesso
podem fazer mal a saúde. Portanto, quando a pessoa fica muito tempo sem
comer, o nível de glicose no sangue também diminui e afeta o humor para o
negativo.
Alguns neurotransmissores, notadamente a serotonina, noradrenalina e
dopamina, estão muito associados ao estado afetivo das pessoas. As
pesquisas que inicialmente procuraram embasar a teoria de que a
depressão depende [também] de baixos níveis de serotonina, tomaram como
ponto de partida a observação de que uma dieta livre de triptofano, a
ponto de produzir um pico plasmático muito baixo deste aminoácido,
resultava em um estado depressivo moderado [Charney].
Os quadros ansiosos tais como Pânico, Fobias, Somatizações ou mesmo
a Ansiedade Generalizada são problemas afetivos muito freqüentes na
atualidade e já se aceita que todos eles tenham como base psíquica as
alterações da Afetividade. A avaliação por um médico especialista poderá
esclarecer a necessidade, ou não, de algum medicamento que equilibre o
funcionamento químico do cérebro. Na atualidade, o transtorno afetivo
mais típico é a Depressão com todo seu quadro clínico conhecido, e são
vários os fatores que contribuem para sua causa - entre eles destaca-se
cada vez mais a importância da bioquímica cerebral [LÓPEZ-MATO, CIRPIAN,
CETKOVICH, 1994; BOULLOSA; SZERMAN, 1988].
Áreas onde a serotonina atua
No Apetite
No apetite, a vontade de comer doces e a sensação de já estar
satisfeito com o que comeu [saciedade] dependem de uma região cerebral
localizada no hipotálamo [núcleo hipotâlamico ventro-medial]. A fome e o
prazer de comer podem induzir a erros de nutrição. Devemos nos
alimentar conscientes de que podemos beneficiar ou prejudicar a saúde e o
estilo de vida.
Portanto, com taxas normais de serotonina a pessoa
sacia-se mais facilmente e inibe mais facilmente a ingestão de açúcares,
sente-se satisfeita com mais facilidade e tem maior controle na
vontade, por exemplo, de comer doce.
Entre os doces, está o chocolate. Uma das grandes razões que fazem o
chocolate ser tão consumido, é que ele, entre outras coisas aumenta a
produção de serotonina, é uma substância do cérebro ligada à sensação de
prazer e, com isso, alivia a depressão e a ansiedade. Além de elevar os
níveis de serotonina, as calorias elevam os teores de endorfinas, o que
explica a tal sensação de prazer citada por absolutamente todos os
consumidores de chocolate.
No sono
No sono, baixos níveis de serotonina estão também relacionados com
alterações do sono, tão comuns em pacientes ansiosos e deprimidos. A
serotonina é a mediadora responsável pelas fases III e IV do sono. Ela é
responsável pelo estado de vigília de nosso cérebro, ou seja, ela que
nos deixa em alerta. Para que uma pessoa tenha um sono adequado, ela age
de duas formas diferentes. A princípio, regula a primeira fase do sono,
chamada de 'sono lento'. No entanto, explica a neurologista Dalva Lucia
Rollemberg Poyares, da Unifesp, para que a fase mais profunda aconteça -
o sono REM -, esse neurotransmissor deve estar.
Na Atividade Sexual
Na atividade sexual, a serotonina apresenta um efeito inibidor sobre a
liberação de hormônios sexuais [gonadotrofinas] pelo hipotálamo, e
conseqüente diminuição da resposta sexual normal. A diminuição
farmacológica da serotonina, seja através de medicamentos ou por
competitividade aminérgica, facilita a conduta sexual. Embora muitos o
chamem de 'neurotransmissor do prazer', em excesso, a serotonina
atrapalha o desempenho sexual. Essa relação acontece no hipotálamo.
Quando há transmissão intensa, a libido cai, chegando a interferir no
orgasmo de ambos os sexos. Isso quer dizer que quanto mais serotonina
menos hormônio sexual, menos atividade sexual, portanto, alguns
antidepressivos que aumentam a serotonina acabam por diminuir a
atividade sexual.
Na TPM
Com relação a TPM, existe a hipótese de que os sintomas presentes
também estejam ligados à baixa transmissão de serotonina em nosso
cérebro. Além dos sintomas clássicos de irritação existe, ainda, uma
relação da serotonina com as cólicas. É ela a responsável por
contraturas uterinas, ou seja, espasmos, que podem causar as
indesejáveis cólicas e dores da TPM. Entre as várias formas de tratar-se
a TPM, medicações que regularizam o nível de serotonina também podem
são usadas [Neurologista Roberto Godoy].
Grande incômodo para as mulheres ou TDPM [abreviação precisa] não se
deve a oscilação dos hormônios estradiol e/ou progesterona, mas sim a
brutal variação de serotonina intra-cerebral. Variação de humor,
irritabilidade, depressão, compulsão por doces e chocolates e crises de
choro são alguns dos sintomas do transtorno disfórico pré-menstrual.
Neurotransmissor, a serotonina encontra-se em maior concentração nos
intestinos, justifica-se daí a freqüência de prisão de ventre durante a
TPM. Porém é no cérebro que a oscilação de serotonina tem maior
repercussão.
Na Enxaqueca
A chave do tratamento da enxaqueca está na serotonina. Os remédios
usados para tratar as dores, geralmente antidepressivos, influem nos
receptores da serotonina, diminuindo a sua recaptação. Com isso, a
disponibilidade do neurotransmissor aumenta e, com ela, a disposição do
indivíduo. Mais disposto, as dores aliviam. Isso acontece porque a
serotonina é importante reguladora das vias sensoriais de nosso corpo,
inclusive da via dolorosa. Quando há diminuição da recaptação, os
estímulos também caem, o que leva à amenização da dor [Leandro
Cruz-Neurologista].
De modo geral a serotonina regula o humor, o sono, a atividade
sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas,
temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções
cognitivas. Assim, se por um lado a baixa de serotonina resulta em ganho
de peso, o excesso de serotonina, por outro lado, pode produzir
anorexia, BLUNDELL, [1984]; LOPEZ MATO, [1988].
Foi possível compreender que a serotonina, um dos principais
neurotransmissores do sistema nervoso central, desempa um papel
importante no controle de emoções, especialmente a agressividade; Os
problemas clínicos como a depressão, as obsessões e a ansiedade, podem
se caracterizar por baixos níveis de serotonina; Os psiquiatras e
neurologistas estabeleceram há tempos uma relação entre a serotonina e o
comportamento social, mas o papel preciso desempenhado por essa
molécula na agressividade é controverso; O triptofano, um aminoácido
necessário para que o corpo produza serotonina, é proveniente da comida
consumida.
Finalizando, percebemos que os neurotransmissores representam os
mensageiros do cérebro. Eles são substâncias químicas que permitem que
os neurônios passem sinais entre si e para outras células do corpo, o
que os torna importantíssimos em nossas funções vitais. Há muitas
funções e muitos neurotransmissores, mas um deles merece destaque: a
serotonina.
Fonte: http://www.gracamartins.com.br